A atriz ''Paloma Duarte'' volta à TV depois da maior ausência de sua carreira

Ardente, ousada, sensual - não há adjetivos "mornos" para definir Fernanda, novo papel de Paloma Duarte. A personagem é uma atriz de sucesso na trama de "Poder Paralelo". E tem mexido bastante com sua intérprete. "Ela adora a vida. Quer viver e se emocionar 24 horas por dia. Eu diria que a droga dela é a emoção", sintetiza a atriz paulistana de 31 anos. A característica fica evidente no caso apimentado que mantém com Bruno Vilar, vilão interpretado por Marcelo Serrado. A dupla protagoniza cenas quentes e que, adianta a atriz, vão envolver momentos de violência física. "Ela é muito fiel ao Bruno, é uma mulher apaixonada. E ele, com o jeito que tem, acaba provendo essas necessidades emocionais dela", analisa.
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O retorno à TV acontece depois de longos 17 meses fora dos estúdios de gravação. Desde o final de "Luz do Sol", em novembro de 2007, a atriz andava alheia à produção televisiva, no que a própria Paloma considera seu maior período de férias. "Tenho 20 anos de carreira, e foi a primeira vez que eu fiquei um período tão longo sem fazer novela. Deu saudade", diz, com um sorriso largo, antes de desfiar um rol de elogios ao veículo. "Eu gosto de TV, gosto mesmo. Tenho maior preguiça de ator que faz discurso contra televisão. Isso é uma bobagem: TV é um exercício único de atuação", defende.
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Recentemente, ela assumiu a função de produtora cinematográfica, ao participar do longa "Léo e Bia" - versão da peça escrita por Oswaldo Montenegro.
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Como foi o trabalho como produtora do filme "Léo e Bia"?
Trabalhei feito uma cachorra! Foi minha estreia como produtora e tive dificuldade. Durante as filmagens, eu ligava para amigos meus, produtores, e dizia, imitando voz de choro, "vocês são maravilhosos!". Trabalhando como atriz, a gente acha que entende um pouco. Mas na hora em que você vai colocar a mão na massa... Foi uma honra e uma tremenda responsabilidade. Agora, produzir e atuar, como eu fiz, é uma coisa que não desejo para ninguém. A equipe toda foi muito carinhosa, muito paciente.
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Suas cenas com o Marcelo Serrado são muito intensas e ele já comentou que vocês ensaiam de uma maneira e gravam diferente. Como é isso?
Eu aprendi isso com o Daniel Filho, devo muita coisa a ele. Há que se existir sempre espaço para o inesperado. O Daniel é um diretor que só grava em primeiro "take" e isso obriga você a ter um preparo orgânico para dar aquela emoção na hora em que se pede. A TV também é um veículo que exige isso, porque você grava 20 cenas em um dia - então, você tem de estar com o organismo preparado. Às vezes a gente ensaia, mas, na hora de gravar, muda alguma coisa. É uma espécie de crença cênica que eu tenho adorado desenvolver com o Marcelo. A gente tem se divertido à beça.
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O Bruno vai ter um comportamento agressivo com a Fernanda. Você chegou a conversar com mulheres que sofrem abusos?
Não. Não fui procurar ninguém, até porque tenho essas referências através de amigas com histórias de vida complicadas. E eu também sou uma pessoa informada, leio jornal, vejo TV. Vira e mexe a gente vê uma história dessa pela mídia. Mas é importante destacar que essa violência deles não é cotidiana: ele não bate nela sempre, constantemente. É um momento em que ele se descontrola e é violento.
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Mesmo assim, é uma história pesada e com cenas fortes. Você vai deixar suas filhas, Maria Luiza e Ana Clara (de 14 e 11 anos), acompanharem a trama?
Vou deixar, claro. Acho importantíssimo, na educação das meninas - assim como eu tive na minha - que elas entendam o quanto antes o que é meu ofício, do que ele é feito, qual é a matéria-prima do meu trabalho. Até para elas poderem entender a falta de rotina em que eu vivo. Acho fundamental minhas filhas saberem do que a mamãe está brincando.
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Imagem: Rede Record / Fonte: UOL